Além daquele sofá... : Ele frio, eu quente.

11 de janeiro de 2013


Ele frio, eu quente.

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Você é um menino rodeado por garotas. Altas, baixas, loiras, gordinhas, magrelas, boazudas. E eu sou apenas uma menina sozinha. Talvez a última menina solteira da cidade, do estado, do país. Tudo bem, é exagero mas era assim que eu me sentia: A última menina do solteira do Brasil. Olhava em meu redor e todos os casais de namorados suspirando descontroladamente. Abraços de um lado, suspirinhos do outro, beijinhos do outro. Vi todas as meninas que detestavam o amor com namorados. Namorados bonitos, fiéis, e engraçados. Não sabia bem que porra era aquela. Não sabia de verdade o que realmente acontecia. A única coisa que conseguia pensar é que eu queria me tornar dele. Só dele. Por toda minha vida, eu estava querendo isso. Ou pelo menos, idealizando esse momento. 

Queria me sentir apaixonada assim, pensei. Mas a única coisa que realmente conseguia era fugir. Ninguém me deu um bom motivo para ficar. Por mais lindo, romântico, popular, ou até mesmo legal o suficiente, nunca consegui parar em algum lugar e pensar "Puxa, consegui, sosseguei". Eu não sei parar. Não conheço freio, só sei do acelerador. Mas me dá um medo tão absurdo disso. Tenho medo de acelerar tanto e me perder daquilo que sempre quis. Tenho medo de me deparar com algo que nunca pensei. Algo bem mais triste, sombrio e estranho do que tentei criar. Mas aí ele vem. Me conquista durante alguns dias e some nos outros. Talvez sendo assim, dê certo.

Aí ele chega todo indiferente mas ao mesmo tempo tão quente. Chega e derrete todas as geleiras que construí durante toda a minha vida amorosa. Ele chega quente, quentíssimo. Sorridente, e até mesmo com certo ar de desprezo. E a única coisa que consigo pensar é que quero parar para sempre em seus braços. A única coisa que consigo imaginar é como se deve ser envolvida por seus braços. Ele some e eu não me importo. Continuo minha vida da mesma forma de sempre. Existem os outros para substituir. Aqueles outros que nunca são nada. Que não acrescentam nada, mas estão lá, guardadinho no fundo do peito só para ter segurança. Só para não sentir sozinha o suficiente. E aí viro só acúmulo de muitos meninos que na verdade são esquecidos como ele. Porque ele é legal, engraçado e até mesmo bonitinho, mas eu não me apaixono. Na verdade, só consigo me apaixonar por etapas e pelas suas frases tão clichês de homens que querem te usar em uma noite.

Mas não sou burra, sou até que espertinha demais. Então, me fecho. Não deixo mais que ele invada meu mundo. Não quero ser mais usada, mas ainda só consigo pensar que quero ser dele. Quero ser infinitamente dele. Mesmo que ele tenha namorada e não me conte. Mesmo que ele tenha seus casos por aí. Mesmo sabendo que ele tem todas as meninas por perto. Mas eu deixo. Deixo porque não tenho ciúmes. Deixo porque eu quero enfrentar a vida de novo. Deixo porque só consigo suspirar.

Ele abala e desaba tudo que construí durante tanto tempo. Ele descobre que não sou tão santa e nem pura como todo mundo pensa. Ele descobre que eu sinto e ele diz que sente o mesmo. Mas eu não posso acreditar. Fui criada para que nada dê certo. Fui acostumada sozinha. Não sei viver em casal. Não sei ter namorado. Não tenho paciência. Mas eu queria tanto. Aí, como eu queria. Ele me toca e eu paraliso. Não sei para onde correr e nem como se respira. Só consigo lembrar de quando ele me pediu um sorriso e eu fiquei séria. Só para contrariar, só para mostrar que quem manda na história sou eu. Aí eu me lembro de tudo. Lembro infinitamente de todas às vezes que ele disse que eu acabaria ficando com ao seu lado. Lembro até mesmo de quando não continuei vendo o vídeo porque tive ciúmes o suficiente para dizer que ficou bom sendo que nem terminei de ver. Sendo que ignorei e só disse que gostei. Mas agora você sabe. Eu odiei. Odiei os comentários. Odiei que nada daquilo fazia parte de mim. Odiei porque lá no fundo do peito eu queria te amar.

E eu gosto de estar com você  mesmo nem sempre assumindo isso. Me perdi dentro dessa história,  e é tão bom. Meu deus, como é bom ser de alguém mesmo não sabendo de quem. Amanhã você vai embora como sempre, não literalmente, mas vai embora só dos meus pensamentos, porque não suporto pensar nele todos os dias. Então, me freio. E eu sou fria, sofria, e qualquer trocadilho besta que pode se criar nesses casos. Me freio, e eu só consigo me derreter.  E eu não importo, não mesmo. Vivo de desculpas e aparências.  E a única pessoa que realmente consegue ser fria nessa história é você. Sabe por quê? Porque você cria falas, imagina situações, e eu só consigo ficar quieta. Só consigo suspirar, mas tudo isso é evitado. Tudo isso é deixado para lá. Porque é melhor, porque é mais fácil para lidar. Porque assim, é mais fácil ser sua sem que ninguém perceba, e eu gosto disso. Gosto desse nosso jogo de esconde-esconde, gosto do nosso vazio, e eu gosto dessa história.



1 comentários:

Anônimo disse...

"nao sei viver em casal. Não sei ter namorado. Não tenho paciencia. Mas eu queria tanto..." (affff, muito eu isso) hahahahaha mto booooooooom layla e para de escrever bem assim... (Edu lindo aqui)

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